"Repertório Shakespeare” estreia em Belo Horizonte

Detalhes: Publicado em Quinta, 31 Março 2016 17:20

No mês de abril, em que se completam 400 anos de morte do dramaturgo inglês, Thiago Lacerda e Giulia Gam encenam “Macbeth” e “Medida por Medida”

Perpetuando clássicos do bardo inglês, o ator Thiago Lacerda, junto a outros 14 atores, retorna a Belo Horizonte para encenar a tragédia “Macbeth” e a comédia “Medida por Medida”.

O “Repertório Shakespeare”, que estará em cartaz nos dias 1 e 2 de abril, foi dirigido e encabeçado por Ron Daniels, um dos principais diretores teatrais da companhia britânica Royal Shakespeare Company de Stratford-upon-Avon.

Da genialidade do poeta e dramaturgo inglês ninguém dúvida, os textos a serem encenados em solo mineiro, escritos no fim do século XVI, entre 1603 e 1607, são imortalizados e interpretados por atores de todo o mundo. Ambas as peças dialogam sobre o poder, corrupção e os dilemas éticos e morais presentes nas esferas públicas e privadas, mas em tratamentos e estruturas distintas.

Em “Macbeth”, no caos da guerra, o mundo é um campo de batalha, mas questões existencialistas como “de onde vem o mal?” ou “em que canto do ser humano se encontra uma ambição tão desenfreada que nos leva a matar?”, encontram espaço para serem refletidas. Sobre o texto, o diretor Ron Daniels declara que posições radicais não são posições humanas. “Uma posição fundamentalista é antagônica à própria vida, ela não leva em consideração todas as contradições humanas”, disse.

Já em “Medida por Medida”, agora no caos da paz, o mundo se transformou em um bordel. E a pergunta que o autor nos faz é se somos seres tão falíveis, se não conhecemos a nós mesmos, como podemos julgar uns aos outros? Este é um mundo povoado por homens de grande poder e também por padres e freiras, por prostitutas e cafetões, por bêbados e arruaceiros, gente alegre e simples que leva a vida nas ruas, nos conventos, nos bordéis e nas prisões da cidade. Um mundo onde o amor surge de forma inesperada e triunfa finalmente sobre o puritanismo e a libertinagem. Nesta etapa, Ron Daniels deixa a pergunta: “Podemos controlar a anarquia do mundo?”